luisa bebiano | architect
11/03/2021
02/01/2021
01/01/2021
24/12/2020
29/09/2020
14/09/2020
ESCLA DA NOITE
EM CENA
Palhaço Velho, Precisa-se
Encenação de António Augusto Barros
Cenografia de Luisa Bebiano e João Mendes Ribeiro
24/08/2020
BOCA DO INFERNO
BOCA DO INFERNO
Cinema ao ar livre
26 de Agosto, 22h00 no Jardim da Casa das Artes, Rua Ruben A, 210, Porto
Produção: Frame e Filmógrafo
Realização: Luis Porto
Direção de Fotografia: Manuel Pinto Barros
Direção de Arte: Luisa Bebiano
Trailer


07/07/2020
03/07/2020
26/06/2020
24/06/2020
05/05/2020
21/04/2020
24/03/2020
06/02/2020
02/01/2020
BENJAMIM PEREIRA
Nos 53 anos de vida do GEFAC, foram muitos os pensadores e investigadores que procurámos para a reflexão em torno da cultura e da arte populares. A Benjamim Enes Pereira chegámos através do que escreveu, mas o traço de que retemos as mais significativas impressões é o da sua presença entre nós, gentil e disponível, acessível como só os sábios sabem ser. Benjamim Pereira esteve connosco nas IV e VII edições das Jornadas de Cultura Popular que tiveram lugar, respectivamente, em 1985 e 1991. Ali tomou a palavra, primeiro ao lado de Ernesto Veiga de Oliveira (de quem foi companheiro de caminhadas), depois junto a Louzã Henriques. A Benjamim Enes Pereira deve-se - juntamente com António Jorge Dias, Ernesto Veiga de Oliveira, Jorge Dias, Margot Dias e Fernando Galhano - a fundação do Museu de Etnologia, tendo sido o principal responsável pela revelação do precioso espólio ali reunido a todos os que se estivessem atentos ao trabalho daquela instituição. O seu trabalho de pesquisa etnográfica, volumoso e de grande qualidade, granjeou-lhe notoriedade junto da comunidade científica, em Portugal e no estrangeiro, que muito beneficiou da sua presença; mas também junto de estruturas museológicas de âmbito regional e local, com as quais colaborou até final da sua vida. Não há nenhum aspecto da cultura e da arte populares que não tenha merecido a atenção e a reflexão de Benjamim Enes Pereira. Aos como ele o GEFAC chama Mestres, pelo muito que acrescentaram à nossa compreensão dos sinais do nosso povo mas, sobretudo, pela disponibilidade para a entrega que é, afinal, a matéria das paixões. No documentário "Pelos Trilhos do Andarilho", realizado pelo GEFAC em 2012, prestou-se homenagem a Ernesto Veiga de Oliveira; mas sabíamos bem que a homenagem incluía Benjamim Pereira, tão evidente era a marca dos seus passos. “Povo que canta não pode morrer”, dizia o velho refrão. E não pode morrer quem, como Benjamim Enes Pereira, tão bem lhe quis.
Fotografias do Arquivo do GEFAC - 1985, durante as IV Jornadas de Cultura Popular
Exposição de Alfaias Agrícolas realizada em parceria com o Museu Nacional de Etnologia
Exposição de Alfaias Agrícolas realizada em parceria com o Museu Nacional de Etnologia
22/12/2019
17/12/2019
ATELIER
"Falemos de casas, do sagaz exercício de um poder
tão firme e silencioso como só houve
no tempo mais antigo. (...)"
Herberto Helder
10/12/2019
06/12/2019
CERÂMICA ANTIGA DE COIMBRA
PEDRO CABRITA REIS
"Coluna com capitel" de Pedro Cabrita Reis
Fotografia de João Ferro Martins, impresso e emoldurado por Gamut.
Há uns anos, Pedro Cabrita Reis, a caminho da Sala da Cidade (onde trabalhava numa instalação da Bienal Ano Zero em Coimbra), passou na obra de recuperação da Cerâmica Antiga de Coimbra e assistiu à demolição parcial de uma estrutura de ferro que reforçava a antiga cobertura.
Com a sua particular visão, percebeu que essa estrutura se transformaria numa extraordinária escultura da sua autoria. Aqui está esse registo.
"Coluna com capitel" de Pedro Cabrita Reis
Fotografia de João Ferro Martins, impresso e emoldurado por Gamut.
Há uns anos, Pedro Cabrita Reis, a caminho da Sala da Cidade (onde trabalhava numa instalação da Bienal Ano Zero em Coimbra), passou na obra de recuperação da Cerâmica Antiga de Coimbra e assistiu à demolição parcial de uma estrutura de ferro que reforçava a antiga cobertura.
Com a sua particular visão, percebeu que essa estrutura se transformaria numa extraordinária escultura da sua autoria. Aqui está esse registo.
25/11/2019
03/11/2019
01/11/2019
19/10/2019
COMUNICAÇÃO
COMUNICAÇÃO
Jornadas Técnicas, Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis
Convento de S. Francisco, Coimbra
Jornadas Técnicas, Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis
Convento de S. Francisco, Coimbra
Fotografia - Câmara Municipal de Coimbra
A Reabilitação Urbana como paradigma para um Desenvolvimento Sustentável
TRANSFORMAÇÃO E PERMANÊNCIA
“Falar de cidade é falar de património, o lento processo de formação, de crescimento e de consolidação das cidades ao longo do tempo. Um tempo que vai ficando registado nos traços urbanos, nas formas dos quarteirões, das ruas, das avenidas, assinalando diferentes formas de habitar, pensar e construir. A cidade dinâmica, transformável ao sabor da economia urbana que a mantém viva, vai impondo os seus próprios limites à transformação.”
(Encontros com o património – Programa TSF em parceria com a Direção Geral de Património Cultural, de 19 de Maio de 2019)
Transformação, permanência e relações humanas, são palavras que podem determinar a urbanidade de um lugar.
Se por um lado Orlando Ribeiro dizia “Muitos concentram-se no que muda, eu apesar de tudo, concentro-me no que permanece”, por outro, nenhuma cidade que não aceite um permanente processo de transformação, pode sobreviver.
São as permanências que definem a identidade das cidades. E o problema da identidade não é só uma questão subjetiva, mas aquilo que define um território, uma cultura e a noção de um bem comum. É o que define se somos portugueses ou de outro país. É a identidade, a geografia e a cultura, o que diferencia uma cidade do Alentejo, Trás-os-Montes ou da Beira Litoral. E é normalmente a cultura hegemónica, a da transformação para uma economia associada ao turismo de grande escala, que contraria a relação estrutural de habitar e fazer o território como nosso, banalizando-o e retirando a sua essência da vida quotidiana das pessoas.
Se um património de grande valor urbanístico é património cultural, tem de haver uma legislação coerente para a sua transformação e manutenção e não algo que apenas proteja o negócio do turismo de massas ou cultural, cristalizando a sua aparência ou destruindo a sua essência (até construtiva). Quando queremos projetar algo como como património, estamos a falar de uma teoria de valor e essa teoria de valor projeta-se socialmente. E isso implica escolhas, com as quais não podemos perder o direito às nossas vivências coletivas.
Já não há Venezianos de classe média a viver em Veneza e o seu último cinema fechou há mais de dez anos. Um Lisboeta daqui a pouco tempo, não consegue viver na sua cidade. As pressões financeiras são o que mais banaliza a experiência urbana: pela degradação dos centros históricos, mas também pelo desfasamento na politica, de uma falta de perceção entre aquilo que as cidades são e que podem ser. Os políticos ainda encaram o desenvolvimento urbano como desenvolvimento urbanístico, no sentido clássico da reabilitação urbana (que é essencial), mas não é apenas isso. Desenvolvimento urbano, tal como reabilitação urbana, não é só construção, e deve assentar nos pilares do desenvolvimento sustentável e ser um fenómeno, acima de tudo social.
A revolução ecológica é uma decisão urgente que mexe também com economia e é nessa revolução ecológica e sustentável que a reabilitação faz todo o sentido para que possamos ter cidades saudáveis.
A Comunidade Europeia já assume que existem tópicos fundamentais para se fazer reabilitação urbana e da memória: a questão social; a questão democrática - o dever da transformação urbana ser partilhada por todos e a ecologia como grande questão cultural.
Segundo Alves Costa, o fator político terá sido e, provavelmente, continua a ser, o mais determinante na formação de uma identidade nacional. Porque de facto, Portugal não teve origem numa formação étnica, mas numa realidade político-administrativa, tal como as suas cidades. O Estado absorve uma grande diversidade cultural, paisagística e histórica, construindo o próprio fenómeno da nacionalidade e identidade.
“A paisagem e as cidades, a arquitetura, são valores identitários. Mesmo que construídas artificialmente, mesmo que não sendo a nossa essência, sabemos que essa identidade foi fator de coesão e até de sobrevivência. Daí que a sua defesa, a sua preservação ou a sua recuperação, transcendam o plano puramente cultural e se devam colocar, em primeiro lugar, no plano político e, só depois, no económico e estético.”
Assim, nesta dicotomia entre a noção de identidade (ideia de permanência) e transformação, não sabemos ainda como agir numa época em que percebemos a catástrofe urbana que o Movimento Moderno nos trouxe na frágil construção do espaço público, inóspito e afastando as pessoas da fruição coletiva.
Cabe então ao poder político e aos movimentos cívicos, recuperar esse espaço, que é de todos, convocando o passado e permitindo que o presente, como diz a Carta para o Desenvolvimento Sustentável, “não comprometa as gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades”.
O património é o maior dos recursos que as cidades têm. Determinado elemento que é património, foi a pensar em comunidade, afirmação e em algum sentido de permanência. O património reativado é uma boa mensagem, atividade e afirmação dos direitos fundamentais dos cidadãos.
A transformação rápida, permite uma recuperação de valores materiais, de património e de espaço público, que de outra forma, sem o turismo, sem os apoios europeus e sem o interesse público, não poderia existir. Mas uma cidade não pode ser um contínuo de hotéis, restaurantes e consumo efémero. Deve ser diversa e redescobrir a essência no seu lado de fruição de partilha.
Parafraseando João Seixas “É nessa dialética - mudança e permanência -, que temos de trabalhar no direito à cidade, à identidade, aos equipamentos, às oportunidades de empregos e aos espaços comuns.”
“Uma cidade, é um mar relacional, espaço territorial, morfologicamente circunscrito, com vínculos de ligações entre atividades humanas.”
Há cada vez mais casas e menos pessoas. A demografia está a decrescer. Há um parque imobiliário e edificado que resolve as necessidades para os próximos 30 anos. Não é suficiente salvar apenas as fachada dos edifícios, temos de salvar a urbanidade no que refere às relações humanas e direitos fundamentais para atingir alguns dos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável. Toda esta dialética permite diálogos muito mais sensatos que a demolição, mas pelo contrário, através da reabilitação do espaço urbano.
As cidades têm futuro, se as pessoas que nelas habitam tiverem futuro. E esse futuro, depende do que pudermos fazer hoje, procurando que a cidade não se transforma em algo superficial em que a arquitetura se resume a uma mera “ideia” de passado, mas sim de camadas de memória e com capacidade de agregar e transformar. Temos de ter esperança no futuro, com a memoria fortalecida nas relações humanas e interrelacionais na cidade. E para isso, é essencial que a politica não aceite mensagens de produto ou de projetos simplistas e que a cidadania e os movimentos sociais sejam ativos e fortalecidos pelo próprio poder político.
Luisa Bebiano, 18 de Outubro de 2019
Fotomontagem da Rua Sá da Bandeira, Coimbra - Grupo Ephemeral, Workshop CASA, Darq, 2019
Praça de S. Marcos, Veneza (imagem retirada da Net)
Fotomontagem da Praça do Comércio, Coimbra - Grupo Ephemeral, Workshop CASA, Darq, 2019
Fotomontagem do Largo da Portagem, Coimbra - Grupo Ephemeral, Workshop CASA, Darq, 2019
Fotomontagem do Terreiro da Erva, Coimbra - Grupo Ephemeral, Workshop CASA, Darq, 2019
18/10/2019
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